quarta-feira, 13 de abril de 2011

A Aids, os rótulos, o estigma e o preconceito

Um dos maiores medos de qualquer portador do vírus HIV é que os outros descubram que ele é soropositivo. Em sua maioria, eles vivem com o segredo. Queimam os rótulos, inventam desculpas de idas ao ambulatório, cedem quando o parceiro diz que não é preciso o uso da camisinha. Isso tudo porque têm medo da rotulação, do preconceito. Do estigma.

Não só os portadores do HIV têm medo de julgamentos, mas qualquer pessoa. Por isso os ‘diferentes’, aqueles que fogem do que conhecemos por situação de normalidade, que é bem aceita pela sociedade justamente porque fica bonita em qualquer porta-retratos, escondem-se. Escondem aquilo que não condiz com os padrões impostos pela atualidade.

Apesar de grave, a Aids deveria ser tratada como qualquer outra doença crônica. Precisa de cuidados, tem tratamento, prevenção, mas a cura é desconhecida. E o contágio sequer se dá de uma maneira preocupante. Não se pega pelo ar, pelo aperto de mão, abraço ou beijo na boca. Não é o contato com a pessoa portadora ou com os objetos utilizados por ela que coloca um não-portador em situação de risco. É preciso, para o vírus passar de uma pessoa para outra, o contato com fluidos de uma pessoa contaminada em alguma área do corpo que esteja vulnerável a invasões.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Um turbilhão de emoções em 15 minutos!

“Estava apavorada”, recorda Cristiane dos Reis Pereira, técnica de enfermagem do Ambulatório de Infectologia. O medo da mulher, que procurou o Ambulatório para fazer o teste rápido da Aids, era tanto que passou os 15 minutos do teste se remoendo. Quando, enfim, chegou o resultado, de acordo com Cristiane, ela se jogou no chão. Ajoelhada, a mulher agradecia. “Era negativo, nossa! A pessoa ficou aliviada”, relembra. Depois de três meses, a mulher retornou para fazer um novo exame, devido à janela imunológica – período em que o vírus pode não se manifestar -, e novamente, o resultado foi negativo.De acordo com a profissional de Saúde, antes de realizar o teste é preciso fazer a abordagem, ou seja, conversar sobre a doença e tranquilizar a pessoa que o fará. “A maioria chega apavorado, a gente acalma, explica sobre a doença, sobre a hepatite, sífilis. Não é só a Aids, né?! Para quem chega apavorado, são os piores 15 minutos da vida dele”, afirma.