quinta-feira, 31 de março de 2011

Por um sentido na vida

Paul Stenvenson é o único de nossos entrevistados que não segura as lágrimas enquanto nos conta sua história. Sua consciência pesa. Não por ter contraído o vírus, mas por tudo o que o vírus causou à sua vida. Tirou-lhe a mulher, fez com que seu filho fosse para um caminho obscuro e o tornou uma pessoa deprimida. É o que diz. Hoje quer encontrar o sentido da própria existência. A missão que tem nessa terra. Quem sabe não lhe ajudamos, Paul? E você nos ajuda. E a tantos outros. "

terça-feira, 29 de março de 2011

"Se elas querem fazer o livro delas, eu confio nelas"

Como agradecer suficientemente às pessoas que decidiram entregar suas histórias em nossas mãos sem ao menos nos conhecer? Aliás, como agradecer a todos que fizeram parte, direta ou indiretamente, do nosso trabalho? Aos profissionais de Saúde que dispuseram parte do seu tempo para nos esclarecer um pouco mais sobre a doença, aos agentes redutores de danos que compartilharam suas experiências conosco, aos portadores que expuseram tudo o que sentem, tudo o que viveram e que ainda vivem. À secretária de Saúde, Ana Lúcia, por abraçar a ideia conosco. À enfermeira Valéria, que, mais que qualquer outra pessoa, confiou em nosso trabalho e colocou a mão no fogo por nós. Era pela confiança que os pacientes têm nela que decidiam conversar conosco. E é porque ela garantia que nosso trabalho era sério que eles acreditavam que era. Como Elton, o portador-autor da frase do título. Por isso, sinceramente, muito obrigada. A todos vocês que, conosco, fazem parte deste livro.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Vítimas de si mesmo

Em fase de conclusão do livro, nos deparamos com verdades desconhecidas. Quando nos relatam suas histórias, nossos personagens evitam julgamento. Nos contam suas passagens de maneira superficial, eufemisada. Porque eles mesmos, na maior parte das vezes, penitenciam-se. Sabem da dor-culpa-vida que têm. E uma conversa com a profissional que lhes dá base, na maioria dos casos, faz com que abramos nossos olhos. E entendamos: eles são, sim, vítimas. Vítimas de si mesmo. Vítimas da falta de autoestima, da falta de amor próprio, das suas escolhas. E da culpa, que não os deixa descansar em paz.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Uma pequena prévia

Duplamente infectados
Maria Flor tem uma leveza no olhar. De fala mansa, voz ponderada, ela conta sua história com ressentimentos e certa dor. Dói em Maria Flor ser portadora, não por ela, mas pelo filho, que foi contaminado pelo HIV no nascimento. Da descoberta até hoje, passaram-se 12 anos. Anos de lutas, de idas e vindas a hospitais. Juntos, mãe e filho fazem o mesmo tratamento, na perspectiva de vidas melhores, e, até, de um milagre. Maria Flor acredita em milagres.

Os milagres a gente conta no livro. Em junho, o lançamento!