terça-feira, 21 de dezembro de 2010

O homem 'curado'


Uma foto do homem que os especialistas acreditam ter sido curado do HIV. Esperança, enfim.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

O tão sonhado posfácio

Quando começamos as discussões acerca do nosso livro, pensamos no quanto seria legal para o nosso projeto e para todos os portadores do vírus HIV se fosse feita a descoberta da cura da Aids. Ainda é cedo para afirmar, mas parece que ela está cada vez mais perto de acontecer. Timothy Ray Brown, conhecido como 'paciente de Berlim', era soropositivo, apesar de nunca ter desenvolvido a doença, e tinha leucemia foi submetido a um transplante de medula e os médicos acreditam que ele tenha sido curado.
O transplante, realizado em 2007, foi parte de um longo tratamento no combate à leucemia. Brown, que tomava os antirretrovirais, teve que parar com a medicação nesta época o que, em casos semelhantes, fazia com que a doença desaparecesse em questão de semanas. Mas não foi o que aconteceu com o paciente de Berlim. Os médicos publicaram um artigo no periódico Blood, da Sociedade Americana de Hematologia, afirmando que os resultados dos testes "sugerem que a cura da infecção pelo HIV foi alcançada".
O caso cria novas espectativas para a cura da doença com o uso de células-tronco geneticamente modificadas. As células recebidas por Brown durante o transplante não tinham o CCR5, um receptor importante na proliferação do HIV. Sem ele, o vírus não pode se multiplicar e a doença foi refreada, mesmo sem os antirretrovirais.
Se a cura for realmente comprovada, ainda assim não é garantia que vai ser acessível. Mesmo assim, é possível que o Brasil, pelo histórico do tratamento com a doença, e pela importância dada a ela, crie um programa de tratamento que inclua a descoberta. Caso seja confirmada, friso. Torcemos que sim. E que logo.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Antônio. E José.

Hoje conhecemos um caso interessante. Nosso entrevistado adquiriu o vírus há 26 anos. Passou por quase todas as fases sociológicas da Aids, desde quando ela era praticamente desconhecida e que não se dividiam nem os copos, até hoje, onde o maior problema ainda é o preconceito. Começou o tratamento tarde, apenas em 91, em Londrina, porque aqui em Campo Mourão ele ainda não existia, e até hoje não desenvolveu a doença. Tem HIV, não Aids.
Adquiriu o vírus porque era usuário de drogas. Compartilhava seringa. Do grupo de 8 pessoas, todos foram contaminados por um que tinha, sabia, e não havia avisado. E, claro, usavam a mesma seringa. "Na hora você quer o barato, nem quer saber se a seringa é a mesma ou não", contou. Dos oito, ele é o único que se tem notícia. Alguns morreram em decorrência da doença, outros foram assassinados. Alguns, poucos, ele diz não saber se é vivo ou morto. Até sua primeira esposa, que contraiu a doença por uma relação 'desprevinida' com ele, faleceu. Ele a viu definhar, em cerca de um ano. E decidiu: não era isso que queria para si. Muito mais sorte que responsabilidade, ele vive bem. Largou as drogas há 4 anos, quando tinha 38. Porque conheceu sua segunda esposa e decidiu se casar. Recomeçar.
Como todos os nossos personagens, não vamos usar seu nome real. O fictício, ele pediu que escolhêssemos: ou Antônio, ou José. Assim como já dizia Renato Russo, queria um nome de santo. Que tenha dois, então, Antônio José.